segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Manhattan


Já me propuseram coisas estranhas (e no que toca a bebidas, então...) Certa vez, num hotel do interior, pedi um gin tónico num bar deprimente onde o recepcionista se multiplicava em barman, senhora da limpeza, etc... A verdade é que comecei a estranhar enquanto ele tacteava as garrafas em espera de confirmação, até eu dizer que podia ser Gordon's (Bombay é o ideal mas não uma expectativa). O solícito funcionário (honra seja feita) lá achou que eu merecia uma dose de gin acima do comum, até porque a garrafa estava a acabar. Perguntou se queria limão, ao que respondi que sim, um G&T sem citrino não liga bem. Procurou, procurou e pediu desculpa por se terem acabado os limões. E... estende-me o copo! Perguntei, aparvalhado e titubeante "não tem água tónica?". O encolher de ombros foi tão esclarecedor que lá foi para o quarto com uma dose letal de gin por companhia.
Isto tudo para justificar o atrevimento de deixar uma receita de cocktail. Vi os profissionais fazerem, não inventei muito, só não sei as medidas certas, mas não foi para isso que se inventou o Q.B.?



Manhattan

3/4 de vermute (a minha aposta é numa mistura de bianco, rosso e um pouco de dry)
1/4 de whiskey (o bourbon faz a diferença)
1 golpe de Angostura Bitter
1 casca de limão
1 cereja de cocktail

O copo de cocktail que se vai usar deve estar carregado de gelo e água enquanto fazemos a mistura. Num shaker colocam-se umas pedras de gelo, o vermute e o whiskey e macera-se tudo até o nosso braço não poder mais (é a descrição dos especialistas). Acrescenta-se Angostura em dose adequada ao palato de cada um e mistura-se de forma intensa, durante dois ou três minutos. No final, com a bebida já no copo, coloca-se a cereja e espreme-se a casca do limão, que fica depois no líquido.

(sem Angustura não vale a pena...)

(sem boa companhia nem música adequada não vale muito a pena)